Tenho provas. |
Na verdade, ela, que no caso sou eu, já tinha visto os seis filmes que importam em 2009, mas nesse processo houve um grave erro ocasionado por terceiros.
Desde que eu me conheço por gente nunca gostei de fantasia, ficção científica, super heróis, magos, princesas e congêneres. Minha tolerância máxima foram os desenhos animados até a minha adolescência, porque né, desenho animado. Mas hoje em dia nem sequer gosto muito de animação. Aconteceu então que quando tinha 18 anos meu namorado da época gostava muito de algumas dessas coisas. É inevitável. O homem se não é topzera, se não usa regata, se não tem um gosto musical de merda, se não toma whisky com energético e costuma ler livros, certamente tem outros defeitos, como passar as madrugadas jogando videogame e amar Batman e Star Wars. Eu obviamente sempre termino com a segunda opção, porque dos males o menor.
Então, esse namorado me introduziu fortemente à cultura pop, me fez ver muitos filmes e ler muitos livros que de fato me interessaram, até que chegou o momento mais temido. Ele queria que eu visse Star Wars. Eu tinha 19 anos e já achava uma estupidez ver adultos gordos, calvos, com barba na cara e dois filhos para criar agindo feito adolescentes com Star Wars, super heróis ou qualquer coisa parecida. Isso me deu certa aversão ao gênero e muita resistência a pressões externas. Foi também nessa altura da minha vida que as pessoas com as quais eu me relacionava começaram a falar sobre esses temas na universidade ou no bar, então, depois de muito analisar, acabei cedendo e assisti com ele os seis filmes.
E aqui entra o grande problema que comentei na primeira linha deste relato. Meu ex-namorado cometeu um erro crucial que só entendi agora, depois de vê-las novamente. Ele me fez assistir os episódios não na ordem em que saíram, mas na ordem cronológica. Quer dizer, eu vi primeiro os filmes “novos”, do episódio I ao III, e depois as clássicas, do IV ao VI. Ou seja, ele arruinou qualquer chance que eu poderia ter de gostar de Star Wars.
Eu vi os filmes sem a menor vontade do início ao fim, não consegui prestar atenção em nada e agora todos sabemos o porquê. O episódio I, além de ser muito inferior ao IV, V e VI, começa de maneira totalmente confusa e qualquer pessoa que não tenha sido apresentada antes à história imediatamente perde grande parte do interesse em continuar vendo. E eu, que já tinha muito pouco interesse, acabei perdendo todo. Do “primeiro” filme eu tinha somente na memória uns flashs de Anakin Skywalker em um cenário desértico, e nada mais. Eu não tinha qualquer lembrança de nenhum dos seis filmes. Tudo o que eu sabia de Star Wars era o que qualquer pessoa viva sabe. Sabia quem era Luke, a princesa Leia, o mestre Yoda e o Darth Vader e tinha uma vaga ideia de quem eram Han Solo, Obi-Wan Kenobi e R2-D2.
O que aconteceu em seguida? Exatamente. Passei mais de dez anos da minha vida odiando Star Wars com propriedade, afinal eu tinha visto os filmes e ainda assim me pareceram uma chatice confusa do caralho. Passei mais de dez anos fugindo de conversas sobre o tema, que eu claramente não entendia, dizendo “ não sei, não gosto de Star Wars”.
Eis que na semana passada, em minha busca por trabalho, vi uma vaga na Disney e disse ao meu atual namorado, que também é portador da segunda leva de defeitos: “imagina que louco trabalhar na Disney”. Ao que ele responde: “pra trabalhar na Disney pelo menos tu tinha que ter visto todos os episódios de Stars Wars, né”. Pensei nisso por uns dias até ficar bem louca das ideias e pedir pra gente ver juntos. Começamos no domingo à tarde a ver o episódio IV e na quinta de noite tínhamos terminado os seis filmes. Veja bem, desta vez eu assisti Star Wars como corresponde. E depois de ver o primeiro, eu quis ver o segundo e assim sucessivamente. Ainda que não tenha gostado muito dos “novos” episódios, eu queria saber o que ia acontecer, porque eu já estava imersa naquela história.
Eu certamente não vou trabalhar na Disney, e eu sabia disso desde o começo da minha aventura galáctica, mas agora sim eu posso falar de Star Wars com propriedade. Se eu quiser falar de Star Wars em algum momento, claro.
Fica a lição: se vão introduzir Star Wars a alguém (que ainda não tenha nascido) façam como meu atual namorado, não com meu ex-namorado. Que por alguma razão é ex, né.
Bah, obrigado pela dica. Uns dois anos atrás me deu vontade de ver pela primeira vez na vida Star Wars e empaquei justamente na dúvida sobre por qual começar
ResponderExcluirVai na fé, começa pelas clássicas que é sucesso. Se até eu gostei disso... haha
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