Dia 2: Hoje choveu e fiquei o dia inteiro em casa. O Javi também. Estávamos de dieta, mas decidimos tocar o foda-se por um tempo. Não um foda-se muito radical, um foda-se moderado. Então decidimos fazer uma tortinha de maçã com farinha integral, reduzida de açúcar. Aparentemente o pilates segue igual, mas hoje eu não vou.
Dia 3: Parou de chover, tem sol, sobrou torta de maçã de ontem, mas amanhã é aniversário do Javi e queria fazer uma de chocolate. Depois das 18h fui levar a roupa na lavanderia e aproveitei pra passar pelo supermercado. Várias surpresas pelo caminho. Eu achava que as ruas estavam vazias, da minha janela não via muita gente passando. Ledo engano Leda Nagle, estava tudo normal, senhoras, crianças, cachorros, idosos assoando o nariz. No supermercado, no entanto, prateleiras vazias. Num entendi. É o apocalipse ou a vida segue normal? Será que as pessoas que estão na rua assoando o nariz são as mesmas que compraram 12 quilos de arroz e 48 rolos de papel higiênico? Permanece a dúvida. Fiquei até as 22hs fazendo bolo para o aniversário do Javi, mas está esteticamente feio, portanto não vou subir stories.
Dia 4: Depois da meia-noite dei os presentes pro Javi: uma camiseta com a foto do Andre 3000, uma caneca mágica do Danny Brown e um livro. Ele ficou duas horas rindo da caneca. O café da manhã foi o bolo, que apesar de feio estava muito bom. O pilates foi cancelado até dia 30 de março. Veremos. Estou fazendo um pouco de exercícios em casa, mas com tudo o que eu venho comendo, num sei. Hoje troquei de pijama. Fomos ao supermercado e agora sim há um clima apocalíptico, tinha fila do lado de fora de todas as farmácias e lugares que vendem comida. Pedimos sushi enquanto o presidente Alberto Fernández decretava isolamento obrigatório.
Día 5: Menos mal que ainda tem bolo. Hoje chegaram os pesinhos de três quilos que o Javi comprou pra gente se exercitar na quarentena. Fazer exercícios me animou um pouco, a apesar de que não pude fazer muitas coisas por uma dor no ombro (nas costas? no pescoço? difícil saber). Ah, isso me fez lembrar que tenho que contar sobre a minha ressonância magnética.Não tem muito o que contar na, verdade, mas foi horrível.
Día 6: Oquei. Eu não aguento mais essa dor no ombro (costas? pescoço?). Fui na farmácia comprar uma pomada e aproveitei que já estava na rua exposta ao coronavírus e fui comprar umas coisas que faltavam. Fila do lado de fora. A pomada, para minha total não-surpresa, não adiantou nada. Como provavelmente eu já tinha contraído o vírus na minha saída matinal, decidi ir ao plantão do hospital. Eu sei, ideia genial ir a um hospital no meio de uma pandemia, mas eu já não sabia mais o que fazer. E aparentemente o médico tampouco. Ele movia meu braço de várias maneiras que não me doíam. Me receitou um comprimido quase igual ao que eu já estava tomando e me recomendou colocar gelo. Saí do hospital, talvez AGORA SIM com coronavírus, lamentando o tempo perdido. Em casa decidi seguir sua estúpida sugestão. Coloquei gelo no ombro. Afinal não era tão estúpida e finalmente a dor diminuiu 90%.
Dia 7: Que dia é hoje? Tá meio que tudo igual. Ontem era sábado e eu esqueci de regar as plantas porque não tinha me dado conta que era sábado - dia de regar as plantas. Amanhã e terça é feriado na Argentina, tínhamos passagem e reserva em um apartamento para três noites em Mar del Plata. Eu finalmente ia conhecer o litoral argentino. Brazil, I’m devastaded. Aproveitei que meu ombro (costas? pescoço?) não estava doendo hoje e limpei a casa, fiz pão de hambúrguer e pratiquei um pouco de piano. Acho que vou começar a fazer aulas com um professor que mora no meu prédio, não é maravilhoso? Posso ir de pantufas. Faz tres meses que deixei minha antiga professora e fiquei meio estagnada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário