Segunda-feira a Olívia chegou aqui em casa. Saiu meio tímida
e desconfiada de dentro da caixa transportadora que seus pais provisórios
carregavam, andou um pouquinho por todos os cômodos, enfiou a cabeça na caixa
que preparamos para ela brincar de toca (imediatamente reprovada) e com seus
olhinhos verdes meio que disse “ok, podem ir, eu fico aqui por uns dias”.
A Olívia morava na rua e estava grávida quando foi resgatada
pelos seus pais temporários. Depois de dois meses morando com eles, ela
precisava de uma nova casa com gente disponível para cuidar dela no pós-
operatório de sua castração, que vai ser amanhã cedinho. Foi assim que ela veio
parar aqui.
Menos de uma hora depois de sua chegada, Olívia já tinha subido
na pia da cozinha, em cima do guarda-roupa da minha irmã
e na minha cômoda, já tinha metido a cabeça em um buraco que nos passou
despercebido na lavanderia e já foi se sentindo em casa. Agora ela dorme na minha
cama de barriga pra cima e faz uns barulhos esquisitos com a respiração
enquanto isso. Não sei se é pesadelo ou manha.
Fora isso, sua atividade favorita é sentar em frente ao pote
de ração e miar até alguém colocar um punhadinho la dentro. Isso umas oito vezes por dia.
Quando ela quer brincar ela ataca – utilizando a delicadeza de seus caninos
afiados – os pés e as canelas de quem estiver mais próximo.
Ela andava com prisão de ventre e hoje acordou mal-humorada por
causa disso. Mas depois de algumas horas de estresse, finalmente encheu sua
caixinha de areia com sólidos. Muitos sólidos.E tudo se resolveu. Agora ela tá aqui do lado, tão relaxada que nem se deu conta
que metade do seu corpinho cinza está para fora da cama e vai despencar a
qualquer minuto.
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