Bonbon é como o
amor porteño te chama quando acha que
você está especialmente hermosa
naquela noite. Isso enquanto corre para abrir a porta do carro antes que você estique
o braço para tentar fazer você mesma. A maioria é assim, não adianta. Caballeros. Pagam a conta do jantar independente de você
jogar sua parte em notas de cien pesos
na mesa, subir nela e fazer um escândalo citando Simone de Beauvoir e Emma
Goldman. E na hora de ir embora ainda vai te ajudar a colocar o casaco para
enfrentar o sombrio mundo sem estufa que os espera lá fora. Você vai ouvir 20
vezes por dia o quanto é preciosa, lo
más, genial e espectacular, mas
não acredite muito porque enquanto nós amamos um diminutivo, eles gostam é do
exagero. E de fazer um bom drama.
As brasileiras que vivem em Buenos Aires costumam dizer, e
eu não tardo em crer, que os homens argentinos/porteños são maridos muito
melhores que os brasileiros. “Eles não passam a vida com um copo de cerveja na
mão e a bunda no sofá”, me disse do alto dos seus 70 anos uma brasileira viúva
de um argentino, com a qual tenho uma certa convivência. Acho que é mais ou
menos por aí, o que não anula o lado enlouquecedor complicado que é se
relacionar com um deles. No meu caso, então, que não busco casamento nenhum, só
fico com a parte difícil, que, vá lá, tem seus momentos incríveis que fazem com
que você nunca mais queira ver um brasileiro na sua frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário